Balanço das cidades-sede na Copa é positivo apesar de obras incompletas

ABIH-SP faz entrevista ao G1 sobre a Copa do Mundo

 

 

 

14/07/2014 05h46 – Atualizado em 14/07/2014 13h10

 

 

No geral, turistas não tiveram problemas com mobilidade e aeroportos. Setor hoteleiro também supriu demanda; 3 cidades tiveram taxas baixas.

 

Torcedores no Expresso da Copa no dia do jogo entre Argentina e Holanda, em SP (Foto: André

Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)

 

Mesmo com obras de mobilidade atrasadas, as 12 cidades-sede da Copa terminaram o mundial sem maiores problemas nas áreas de transporte público e aeroportos. No geral, o balanço do mundial também se mostrou positivo no setor de hotelaria e turismo – mesmo que, em algumas cidades, áreas de acampamentos tenham sido improvisadas para os turistas que preferiam se acomodar em carros e motor-homes.

Levantamento do G1 feito antes do início da Copa mostrou que apenas 50% das obras de mobilidade previstas para os jogos haviam sido entregues. Dos 45 projetos inaugurados, 15 estavam incompletos por causa de atrasos e cancelamentos.

Veja abaixo como cada cidade-sede se saiu nas áreas de aeroportos, hotelaria e transporte. Como alguns dados são preliminares – já que alguns levantamentos apenas serão concluídos dias depois do término da Copa -, os números podem sofrer alterações.

 

Belo Horizonte

 

 1) Aeroportos – FUNCIONARAM

Os aeroportos da Pampulha e de Confins não tiveram problemas durante o mundial. Os números de voos e de passageiros em Pampulha foram mais baixos em junho deste ano do que no mesmo período do ano passado. Já a taxa de atraso foi maior.

Em Confins, por outro lado, os voos e os passageiros foram mais numerosos do que no ano passado. Na contramão, a taxa de atraso foi mais baixa.

 

2) Hotelaria – FUNCIONOU

O setor e a prefeitura avaliam que o período foi positivo, mas o resultado ficou abaixo do esperado. A taxa de ocupação dos hotéis foi de 59,9% entre 14 de junho e 8 de julho, contra uma média que ficou entre 66% e 71% no mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústrica de Hotéis em Minas gerais (ABIH-MG).

A demanda de motor-homes e trailers, que não era esperada, foi atendida rapidamente pela prefeitura. Aproximadamente 400 torcedores argentinos em 90 veículos ficaram acampados no Parque Lagoa do Nado, bem como 180 chilenos. Locais de acampamento também foram disponibilizados no Parque Ecológico da Pampulha e no Mega Space, em Santa Luzia. 

 

3) Transporte – FUNCIONOU

O plano original de mobilidade na cidade incluía oito projetos, mas apenas seis tinham obras entregues na estreia de Belo Horizonte na Copa, no dia 14 de junho. O BRT Antônio Carlos/Pedro I, que inclui toda a Avenida Pedro I, um dos acessos ao Aeroporto de Confins, ainda está em obras; e a Via 710 não saiu do papel.

 

Acidente

Em 26 de junho, foi iniciado o sistema de ônibus na Avenida Dom Pedro I. No dia 30, um veículo pegou fogo, fechando o trânsito da via. Ninguém ficou ferido. No dia 3 de julho, porém, um novo acidente causou a morte de duas pessoas quando uma alça do Viaduto Guararapes, que passa sobre a avenida, desabou. Outras 23 pessoas ficaram feridas. Com a interdição da via, no dia 5 de julho, torcedores tiveram que usar desvios para chegar ao Mineirão.

Segundo a Prefeitura, as reprogramações no cronograma das obras foram decorrentes da demora de liberação de verbas, revisões nos projetos, entre outros motivos. Apesar disso, no geral, a mobilidade dos torcedores para o estádio em dias de jogo foi tranquila.

 

Brasília

Torcedores fazem fila para trocar dinheiro do aeroporto de Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)

 

1) Aeroporto – FUNCIONOU

Nos primeiros 15 dias de Copa, o Aeroporto Internacional de Brasília recebeu 900 mil pessoas no terminal, o que representa um aumento de 4,5% em relação a 2013. A movimentação de aeronaves também aumentou 10%, e foram feitos 414 voos extras.

A nove dias da abertura do mundial, um bueiro não suportou a vazão de chuva e provocou alagamento no terminal. Os reparos começaram na mesma noite e se estenderam pelo dia seguinte. A Inframérica, administradora do aeroporto, disse que isso não afetou a operação.

 

2) Hotelaria – FUNCIONOU

Os turistas não setiram falta de diferentes tipos de acomodação em Brasília. Foram disponibilizados 75 mil leitos, além de 2,2 mil em hospedagem alternativa, como campings e albergues. O governo reservou um espaço de acampamento no Parque de Exposições Granja do Torto.

Segundo levantamento da Secretaria de Turismo do Distrito Federal, o tempo médio de permanência dos turistas em Brasília foi de 3 a 4 dias. Mais de 14 mil pessoas de 42 países visitaram os 21 centros de atendimento ao turista nas duas primeiras semanas da Copa. 

A avaliação do setor hoteleiro, porém, é negativa. "Foi um desastre. A taxa de ocupação superou os 70% nos dias de jogos em Brasília, mas, nos dias sem jogos, ficou 5% abaixo do normal, que é 65%. Nossa expectativa era de superlotação, o que não aconteceu", diz Clayton Machado, presidente da Sindicato de Donos de Hotéis, Bares, Restaurantes e Simulares do DF. "O turista preferiu diminuir o custo com alimentação e hospedagem, se sujeitando a ficar em locais simples, para poder acompanhar mais jogos", diz.

 

3) Transporte – FUNCIONOU

O plano de deslocamento seguiu o testado na Copa das Confederações, com oito linhas especiais que funcionavam desde quatro horas antes dos jogos até três horas após o término, levando os torcedores de bolsões de estacionamento até as imediações do estádio. A estimativa é que, em cada jogo na cidade, 40 mil pessoas tenham utilizados as linhas. O Metrô também teve um crescimento de 30% no número de passageiros.

No penúltimo jogo em Brasília, entre Argentina e Bélgica, os rodoviários fizeram uma greve em protesto contra o não pagamento de um reajuste salarial. De acordo com a Coordenadoria de Comunicação para a Copa, isso não prejudicou a operação, pois um plano emergencial que garantiu a oferta de ônibus foi posto em prática.

 
Cuiabá
 

 1) Aeroporto – FUNCIONOU

Segundo a Infraero, o número de passageiros cresceu 23,5% em junho deste ano ante junho de 2013. Não foram registrados problemas relacionados ao aeroportos – apenas houve a necessidade de fazer um contrato comercial com vendedores ambulantes de lanche para atender a demanda, já que a ampliação da praça de alimentação não foi feita a tempo.

2) Hotelaria – FUNCIONOU

O Sindicato Intermunicipal dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso ainda não fechou o balanço de ocupação dos hotéis de Cuiabá, mas avalia o período como excelente. O aumento do faturamente foi de 18% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a Secretaria de Turismo, os hotéis tiveram ocupação máxima e áreas de camping foram usadas para atender a demanda extra. Áreas foram disponibilizadas em Cuiabá, Várzea Grande e na Chapada dos Guimarães.

3) Transporte – FUNCIONOU

O plano original de transporte era a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que sairia do Aeroporto Marechal Rondon até a capital. No entanto, as obras atrasaram e não ficaram prontas a tempo dos jogos da Copa. Para atender a demanda de torcedores até a Arena Pantanal, foram disponibilizados 79 ônibus em linhas especiais. Não foram registrados problemas relacionados ao transporte e grandes congestionamento no trânsito.

 

Curitiba

 

Curitiba contou com linhas de ônibus especiais para a Copa (Foto: Divulgação/Joel Rocha/SMCS)


1) Aeroporto – FUNCIONOU

De acordo com a Infraero, o Aeroporto Afonso Pena atendeu com eficiência a movimentação prevista para o período da Copa. Entre 16 de junho, dia da estreia da cidade no mundial, e o dia 26, foram registrados 2,1 mil voos – número 10% mais baixo do que no mesmo período do ano passado. O número de passageiros também foi 58,1% menor, bem como a taxa de atraso – 9,3% neste ano, contra 10,9% no ano passado.

2) Hotelaria – FUNCIONOU

A taxa de ocupação dos hotéis foi de 69%, número festejado pelo setor. Segundo a ABIH-PR, junho costuma ser ruim, com taxas variando entre 30% e 40%. "Com a Copa do Mundo, o movimento foi fantástico. O movimento foi muito bom nos dias de jogo, é uma pena não ter Copa todo ano”, diz o presidente, Henrique Lenz César Filho.

 

A avaliação da prefeitura também foi positiva. “Nós obtivemos o resultado que imaginamos. Quase 100 mil turistas estrangeiros vieram para Curitiba, e nós ficamos muito felizes. O turista se sentiu em casa. (…) Temos uma pesquisa que mostra que 96% dos turistas retornariam a Curitiba. Este é um baita resultado”, avaliou o secretário municipal de Turismo Paulo Roberto Colnaghi Ribeiro.

3) Transporte – FUNCIONOU

O transporte dos torcedores nas linhas especiais criadas para a Copa ocorreu de forma tranquila. No dia do primeiro jogo na Arena da Baixada, em 16 de junho, houve um protesto contra a Copa. A manifestação atrasou a linha Circular Copa, mas não causou grandes transtornos. Na semifinal, quando o Brasil perdeu para a Alemanha, 13 ônibus precisaram ser substituídos por causa de vandalismo.

 

Fortaleza

1) Aeroporto – FUNCIONOU

O contrato da obra de ampliação do aeroporto foi suspenso em maio deste ano. Para atender a demanda extra da Copa, foi erguido um terminal remoto provisório, apelidado de puxadinho, que custou R$ 1,7 milhão. Com a ajuda do terminal, o aeroporto recebeu 439,9 mil passageiros entre 14 de junho e 4 de julho. Foram 3,7 mil voos, com 316 atrasos (8,4%). A taxa de atrasos é similar à registrada entre 14 e 30 de junho do ano passado (8,3%).

2) Hotelaria – FUNCIONOU

A taxa de ocupação dos hotéis foi a mesma em junho deste ano e do ano passado: 65,2%. Apesar disso, a ABIH-CE avalia o período como positivo. Nos dias dos jogos do Brasil, os hotéis alcançaram mais de 90% da ocupação. Assim, não houve incidentes no setor, nem acomodações alternativas, como espaços de camping.

 

3) Transporte – FUNCIONOU EM PARTES

 

Trânsito lento na Avenida Raul Barbosa (Foto: Thiago Conrado/G1)


Bolsões de estacionamento e linhas especiais de ônibus de diferentes pontos até a Arena Castelão foram usados nos dias de jogos. Cerca de 283 mil pessoas foram transportadas durante os seis jogos. Os torcedores se mostraram satisfeitos com o plano, principalmente na ida. Uma das reclamações do público foi ter de caminhar sob o sol entre 600 metros e 1,5 km do ponto de desembarque até os portões do estádio devido aos bloqueios de trânsito.

A Avenida Raul Barbosa, uma das principais vias que dão acesso ao estádio e cuja reforma devia ficar pronta para a Copa, não foi entregue a tempo. O G1 registrou trânsito em direção ao estádio em alguns pontos da via em dias de jogo. A atual gestão municipal afirmou que recebeu as obras com atrasos da gestão passada e priorizou os trabalhos nas outras vias. A obra deve ser concluída em 2015.

O projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) também não ficou pronto. O governo do estado afirma que ela se tornou "uma tarefa difícil, que demandou vários setores" da gestão.

 

Manaus

1) Aeroporto – FUNCIONOU

Apesar de ter recebido um fluxo de aproximadamente 260 mil passageiros entre os dias 6 a 25 de junho, o Aeroporto Internacional de Manaus atendeu com tranquilidade a demanda do período. O volume representa um aumento de 62,4% no comparativo com o mesmo período de 2013. O aeroporto era uma das preocupações ligadas à realização do mundial, já que teve atrasos nas obras.

Fan Fest lotada de turistas em Manaus (Foto: Marina Souza/G1)

2) Hotelaria – FUNCIONOU

O setor hoteleiro de Manaus também não teve problemas durante a Copa. A taxa de ocupação ficou em 67% na média, sendo que chegou a 92% antes do jogo entre Estados Unidos e Portugal, no dia 22 de junho. “Foi excelente para o setor hoteleiro de Manaus e para todo o Brasil. Uma oportunidade que tivemos de mostrar o nosso país para os estrangeiros", diz Roberto Bulbol, presidente da ABIH-AM. A cidade não teve áreas de acomodação alternativa.

3) Transporte – FUNCIONOU 

O trânsito e o transporte público de Manaus também foram motivos de preocupação até a véspera do início do Mundial. A prefeitura realizou ações paliativas para contornar as obras de mobilidade que não foram entregues. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o BRS começou a funcionar de forma experimental. Durante a Copa, o sistema foi aplicado somente na Avenida Constantino Nery, que passa pelo entorno da Arena da Amazônia.

O esquema montado foi considerado positivo pelos torcedores. As pessoas utilizaram transportes coletivos para chegar ao estádio, reduzindo o tráfego de veículos do trajeto.

 

Natal

Natal sofreu com greve de ônibus durante a Copa (Foto: Arthur Barbalho/G1)


1) Aeroporto – FUNCIONOU

O aeroporto não teve incidentes durante o mundial, segundo o Consórcio Inframérica, que administra o novo aeroporto de Natal. Entre 12 e 24 de junho, foram 1 mil voos e 124,6 mil passageiros. O consórcio diz que ainda está contabilizando as taxas de atrasos e cancelamentos.

2) Hotelaria – FUNCIONOU

A taxa de ocupação do hotéis ficou em 68%, número que a ABIH-RN avalia como abaixo do esperado. Segundo pesquisa da associação para traçar o perfil dos turistas no período do mundial, para 88,28% dos entrevistados, Natal deixa uma imagem “positiva” após a partida deles. A partir do estudo, a ABIH-RN pretende fazer um trabalho de planejamento para fortalecer a imagem turística da cidade. Não houve acomodações alternativas na cidade.

3) Transporte – FUNCIONOU

A Prefeitura de Natal montou um plano especial ligando as regiões hoteleiras da cidade à Arena das Dunas com ônibus circulares gratuitos. Foi cumprido com tranquilidade e sem incidentes.

Durante todo o período do mundial, porém, houve greve de ônibus, que apenas foi encerrada por determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Justiça considerou o movimento abusivo, votou o dissídio coletivo e determinou um reajuste salarial de 7,32% e um aumento de R$ 10 no vale alimentação dos trabalhadores. Poucos ônibus circularam durante a greve.

 

Porto Alegre

1) Aeroporto – FUNCIONOU

Apesar da Copa, o número de voos e de passageiros do Aeroporto Salgado Filho foram mais baixos entre 12 e 30 de junho deste ano do que no mesmo período do ano passado. As taxas de atrasos e cancelamentos também foram mais baixas, segundo a Anac.

 

O aeroporto não teve grandes incidentes, mas o tempo fechado por causa de neblina também foi mais elevado do que no ano passado. 

2) Hotelaria – FUNCIONOU

A ocupação de hotéis em junho deste ano foi de 64%, ante 55% no ano passado – número considerado positivo pelo setor. "Achávamos que seria 90%, mas não esperávamos que haveria tanta mobilidade no período de intervalo entre os jogos. A hotelaria foi bem vista, não tivemos problemas sérios, um ou outro pontuais”, diz Carlos Henrique Schmidt, presidente do Sindicato de Hotéis Restaurantes Bares e Similares.

O balanço do governo também é positivo. Dados da Prefeitura apontam que 150 mil turistas estrangeiros de 74 países estiveram na capital gaúcha entre 12 e 30 de junho. A cidade teve ainda um acampamento de argentinos em um espaço anexo ao Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Como não foi algo previsto, o local foi improvisado.

O único incidente foi a prisão de uma quadrilha de estrangeiros no dia 25 de junho por assaltar turistas em frente a um hotel. Os integrantes foram autuados em flagrante por furto qualificado e conduzidos ao Presídio Central.

3) Transporte – FUNCIONOU EM PARTES

A prefeitura organizou 5 zonas de estacionamentos, e 30 linhas de transporte público atenderam o evento. Além disso, 4 linhas especiais de ônibus foram organizadas especialmente para a Copa. Elas levaram 17 mil pessoas até o estádio em dias de jogo.

Se as linhas especiais de ônibus funcionaram bem, o mesmo não se pode dizer das linhas regulares. Com bloqueios de ruas e avenidas próximas ao estádio Beira-Rio, diversas linhas de ônibus tiveram seu itinerário alterado. As modificações, porém, não foram informadas de forma adequada, conforme relataram usuários do transporte coletivo.

Além disso, a primeira partida em um dia útil, entre Holanda e Austrália, foi de caos no trânsito. Os bloqueios sobrecarregaram outras vias da cidade e, em alguns locais, o trânsito era tão lento que o melhor a fazer era sair a pé. Após uma reavaliação, a prefeitura fez alterações no esquema de trânsito e os problemas foram minimizados.

 

Recife

1) Aeroporto – FUNCIONOU

Segundo a Infraero, o aeroporto do Recife atendeu com eficiência a movimentação prevista para a Copa do Mundo. O número de voos em junho foi menor do que no mesmo período do ano passado, mas foram transportados mais passageiros. Além disso, a taxa de atrasos foi menor. Não foi informada a taxa de cancelamento.

2) Hotelaria – FUNCIONOU

O setor registrou um crescimento na ocupação de 15% em relação ao ano passado. De 12 a 30 de junho, a taxa ficou em 82%. Houve ainda um aumento na oferta de leitos de mais 1.533. O setor recebeu os turistas sem maiores incidentes.

3) Transporte – FUNCIONOU

Pernambuco planejou 19 obras de mobilidade para a Copa. Uma delas – a construção de uma nova torre de controle no Aeroporto do Recife – foi descartada para o Mundial. Das 18 obras restantes, quatro não foram concluídas, mas tiveram operação parcial nos dias de jogos.

Durante os jogos, além do metrô e de táxis, a torcida contou com a operação especial de BRT. Para isso, os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste passaram a operar parcialmente. A Secopa também ativou o Terminal Integrado Cosme e Damião e a passarela de ligação entre o Aeroporto do Recife e o metrô, facilitando o trajeto até a Arena. Também houve a ampliação de vagas de estacionamentos periféricos direcionadas à torcida da Arena Pernambuco.

 

Rio de Janeiro

1) Aeroportos – FUNCIONARAM

De acordo com a Infraero, os aeroportos que a empresa administra atenderam com eficiência a demanda da Copa. Isso inclui os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, no Rio. O Galeão teve número menor de voos e passageiros em junho deste ano do que no mesmo período do ano passado. Já o Santos Dumont teve alta nos dois quesitos. A taxa de atrasos nos dois foi mais baixa.

2) Hotelaria – FUNCIONOU

Segundo prévia feita até o dia 3 de julho pela ABIH-RJ, a média de ocupação nos hotéis do Rio era de 93,1%. Não houve nenhum tipo de incidente no setor. A associação destaca que não foi constada nenhuma queda nos números por conta da derrota do Brasil.

A cidade também contou com área de camping para turistas que preferiam acomodações mais baratas. No Terreirão do Samba, trailers se misturaram com barracas montadas por torcedores argentinos.

3) Transporte – FUNCIONOU

A transporte dos torcedores para o estádio ocorreu sem problemas. O trânsito contou com um esquema especial por causa dos jogos da Copa. Metrô e trem eram as melhores opções para os torcedores. Interdições foram feitas para garantir a locomoção dos torcedores até o Maracanã de maneira tranquila.

 

Salvador

1) Aeroporto – FUNCIONOU

A operação do aeroporto de Salvador ocorreu sem problemas durante o mundial. O número de voos foi 4,2% maior em junho deste ano do que no mesmo mês do ano passado. O total de passageiros também teve uma alta de 5,5%.

2) Hotelaria – FUNCIONOU

A Secretaria do Turismo do Estado da Bahia não forneceu informações sobre o setor, pois os números ainda não foram consolidados.

Dados preliminares do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) apontam que, na primeira semana do mundial, Salvador teve uma média de ocupação hoteleira de 90% – a segunda mais alta entre as cidades-sede no período avaliado.

3) Transporte – FUNCIONOU

A operação do Metrô não registrou acidentes ou incidentes graves. O acesso ao transporte foi gratuito durante os dias de jogos em Salvador.

Foram feitas, em média, 46 viagens por jogo, e a taxa média geral de ocupação foi de 22%. Cerca de 32 mil dos 300 mil torcedores que tinham ingressos foram à Arena Fonte Nova pelo Metrô, o que corresponde a 10,6% do público total que esteve no estádio nos seis jogos.

 

São Paulo

1) Aeroportos – FUNCIONARAM

No geral, os aeroportos que atendem a cidade de São Paulo conseguiram atender a demanda da Copa. Segunda a SAC, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, registrou 17.983 chegadas e partidas entre o dia 12 de junho e o dia 6 de julho. No período, houve 14 cancelamentos (0,08%) e 1.1159 atrasos (6,4%).

No Aeroporto de Viracopos, em Campinas, apesar da Copa, o total de passageiros foi 1,6% menor – 715 mil pessoas em junho deste ano. A movimentação de aeronaves, porém, teve alta de 2,6% – 10,4 mil neste ano. O Aeroporto de Congonhas também teve 26,7% menos voos e 11,4% menos passageiros, e a taxa de atrasos caiu de 6,5% para 5,8%. 

2) Hotelaria – FUNCIONOU

A taxa de ocupação dos hotéis deve ficar entre 58% e 62% entre 12 de junho e 13 de julho, de acordo com a ABIH-SP. A taxa é mais baixa do que no mesmo período do ano passado (73%), mas isso não quer dizer que o setor perdeu com a Copa. “Transferimos os grandes eventos que costumam acontecer neste periodo, como a Feira Francal, para depois dos jogos. Por isso, São Paulo não perdeu nada, apenas ganhou com a demanda da Copa, que é nova e não existe nos anos anteriores”, diz o presidente Bruno Omori.

 

A São Paulo Turismo também avalia como positivo o período.“São Paulo saiu ganhando de qualquer forma, porque ganhou com a Copa em vários setores e continuará ganhando nos outros segmentos já tradicionais, como turismo de negócios, após a realização do mundial”, informou, em nota. O governo estima que o turismo movimentou mais de R$ 1 bilhão na cidade, que recebeu 496 mil turistas durante o mundial.

A cidade também contou com outras opções de hospedagem mais baratas. O Sambódromo do Anhembi, por exemplo, se transformou em um grande acampamento argentino. O local chegou a reunir 200 carros e motor-homes, e banheiros foram disponibilizados.

 

Argentino no grande acampamento montado no Anhembi (Foto: Letícia Macedo/G1)

 

3) Transporte – FUNCIONOU EM PARTES

O uso de metrôs e trens era o mais recomendado pela Prefeitura. Mesmo lotado em determinados momentos, o Expresso Copa, que saía da Estação da Luz e seguia sem paradas até a Estação Corinthians-Itaquera, funcionou bem nos dias de jogo.

 
Pane em trem lotou plataformas da CPTM em dia de jogo (Foto: Letícia Macedo/G1)
 

No dia 1º de julho, dia de jogo entre Coreia do Sul e Bélgica na cidade, uma falha foi registrada na Linha 11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o que atrasou a saída do Expresso Copa em quase meia hora. O problema causou lotação em plataformas da Estação da Luz e Brás, mas, depois que o sistema voltou a funcionar, a situação se normalizou e os torcedores conseguiram chegar a tempo para o jogo.

Em relação ao trânsito, em 17 de junho, dia em que o Brasil jogou contra o México, a cidade travou. Em duas horas, o congestionamento aumentou 586%, saltando de 44 km às 13h para 302 km às 15h. Muitos torcedores ficaram presos nas filas e não conseguiram ver o jogo. Nos dias dos jogos seguintes, o rodízio foi estendido e a saída dos paulistanos do trabalho foi mais tranquila.