Hotéis em SP já recorrem a caminhões-pipa e pedem a clientes para economizar

Hóspedes costumam demorar até quatro vezes mais tempo no banho do que em casa

Diante da falta de água que já atinge toda a cidade de São Paulo em alguns horários, a maior rede hoteleira do País conta com a colaboração dos clientes para contornar os problemas decorrentes da crise hídrica. Segundo a Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), um hóspede chega a demorar, em média, até quatro vezes mais tempo no banho do que em casa.

O presidente da Abih-SP, Bruno Omori, conta que as campanhas de sustentabilidade foram fortalecidas. Há cada vez mais incentivo aos clientes para que não descartem as toalhas de banho diariamente e que diminuam o tempo embaixo do chuveiro.

— Temos percebido uma colaboração, principalmente, de pessoas que são, por exemplo, do interior de São Paulo, que já convivem com a seca. Mesmo assim, estão sendo colocados avisos nos elevadores, concierge, dentro dos apartamentos, com solicitações para contribuir com o meio ambiente e para diminuir os efeitos da crise hídrica em São Paulo.

Com a redução de pressão na rede da Sabesp por até 16 horas durante o dia, muitos hotéis não conseguem encher as caixas d’água completamente. Alguns já recorreram a contratos fixos com empresas de caminhões-pipa para suprir a demanda, segundo Omori.

— No momento, os hotéis estão todos absorvendo esses custos. Janeiro já começou com uma ocupação de leitos menor do que ano passado. Esse repasse ainda não é possível pela diminuição da demanda. Acaba sendo um prejuízo como um todo.

A cidade de São Paulo tem cerca de 45 mil leitos. Um levantamento da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) feito no ano passado mostra que uma pessoa em hotel chega a gastar entre 250 e 350 L de água por dia. Uma lavagem automática de carro, por exemplo, consome a mesma quantidade.

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