ENTENDA O IMPACTO DA TECNOLOGIA NA HOTELARIA

Mesmo que você não faça a mínima ideia do seja economia colaborativa, de uma forma ou de outra você também já vive esta realidade. Um estudo da Universidade de George Mason, em Washington, aponta que o compartilhamento de carros, casas e outros serviços está transformando a economia mundial. A reprodução de música e vídeos online, as finanças colaborativas (como o crowdfunding), o recrutamento de pessoal online e o compartilhamento de casas e automóveis são os principais exemplos desse novo momento. Calcula-se que que estes setores devem alcançar uma receita de 335 bilhões de dólares até 2025 em todo o mundo. Um passo grande em comparação à receita atual de 15 bilhões de dólares.

A economia colaborativa não é novidade; mas, recentemente, a popularização da tecnologia móvel deu uma amplitude muito maior ao conceito – a consequência é um impacto grande que incomoda bastante o mercado tradicional. A Netflix, por exemplo, acabou com a – até então – poderosíssima Blockbuster (e muitas locadoras de bairro também). O Waze praticamente aposentou qualquer outro serviço de GPS nos smartphones. Os taxistas atacam, param cidades, e exigem a extinção ou reformulação do Uber. E, já há algum tempo, a rede hoteleira de todo o mundo critica o AirBnb de concorrência desleal.

Criada em 2009, a Uber é a plataforma mais popular – e polêmica – da economia colaborativa. A startup que criou um sistema online para motoristas de aluguel está presente em 300 cidades de 55 países e é avaliada em 45 milhões de dólares. Se pararmos para pensar, o Uber não é uma ideia revolucionária, afinal o transporte executivo já existe há bastante tempo. Mais uma vez, o impacto mesmo está todo ligado à tecnologia, mais precisamente ao aplicativo em si e à facilidade de uso e acesso.

Enquanto taxistas acusam o Uber de serem “motoristas piratas” e ilegais, a companhia se defende e diz que não pode ser tratada como uma empresa de transporte público, afinal é uma empresas de negócios digitais. O que faz sentido. Mas, realmente, falta regulamentação do serviço. Por outro lado, neste caso, é preciso considerar que antes do Uber simplesmente não existia este tipo serviço online.

Criado em 2008, o AirBnb é uma plataforma online para pessoas comuns anunciarem e reservarem acomodações através da internet. A startup de viagens é avaliada em 20 bilhões de dólares e está presente em mais de 34 mil cidades de 190 países. No Brasil já conta com 45 mil locações e mais de um milhão de usuários.

As acomodações oferecidas no AirBnb são, em média, 40% mais baratas do que a diária de um hotel na mesma região. Por ser mais barato, a plataforma permite um acesso maior; ou seja, mais gente consegue viajar e alimentar o turismo de diferentes cidades. Mas, exatamente como acontecer no Uber, a rede hoteleira reclama e diz que falta regulamentação – o que atrapalha o jogo.

Para os analistas de mercado e economistas, a análise sobre este novo cenário é de que os serviços com modelos tradicionais – alguns até ultrapassados – se quiserem se manter competitivo vão ter que inovar e rever sua estrutura. Para nós, usuários desses serviços, o interessante é que a competição eleva os padrões de atendimento. Assim, além de qualquer questão econômica, o impacto mais positivo é para o consumidor.

Uma coisa é certa: não há mais volta, o mercado vai ter que se adequar. Quem ganhamos somos nós. Mas essa polêmica toda ainda vai longe. Enquanto isso, aproveite o espaço para deixar também a sua opinião sobre essa nova realidade. O que você acha da economia colaborativa? Participe, deixe seu comentário na nossa página… Ah, e se você perdeu a primeira reportagem desta série “Nova Economia”, confira a matéria da briga entre as operadoras de TV a cabo e a Netflix. Quem será que tem razão, hein?!

Na próxima semana, vamos trazer exemplos da chamada “Uberização” da economia – outros serviços que resolveram inovar e estão apostando no mesmo formato. Não perca e fique por dentro.

Assista na integra a entrevista

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