HOTÉIS DE LAZER MANTÊM A BUSCA POR TEMPORÁRIOS PARA O VERÃO

Oportunidade de emprego. Empresas do setor afirmam que bom desempenho no período pode levar à contratação do funcionário. Qualificação é o primeiro requisito para entrar na área

São Paulo – Enquanto o varejo tem queda na perspectiva de contratação de temporários para o final do ano, o setor hoteleiro pode ser uma saída para aqueles que ainda precisam de uma vaga. A previsão é de alta de 15% no número de funcionários ante média do ano.

Para especialistas, as chances de contratação são altas, se o colaborador tiver qualificação e bom desempenho. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), projeção mais otimista que a do varejo – mercado que tradicionalmente desponta na procura de temporários. Segundo um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), nove em cada dez (88%) empresários não contrataram nem pretendem contratar funcionários para reforçar o quadro das empresas no período natalino.

De acordo com o presidente da ABIH-SP, Bruno Omori, a contração no mercado hoteleiro se mantém devido ao crescimento do lazer em função do dólar alto. Para ele, isso deverá beneficiar, sobretudo, os hotéis de luxo e alto padrão. “Com a desvalorização do real, os turistas das classes A- e B, que pensavam em viajar para o exterior, estão mais cautelosos e devem optar por hotéis ou resorts de alta qualidade no País. Diferente da A+ que continua mantendo sua viagem internacional”, analisa.

Já o público das classes C e D deverão agir com maior cautela e cancelar suas viagens devido ao momento econômico delicado do País. “Por isso, é provável que em uma mesma cidade possamos ver hotéis de luxo com altas ocupações e hospedagem econômica com procura menor”.

Sobre o número de empresas que deverão contratar, o especialista afirma que dos 30 mil meios de hospedagem existentes no País, pelo menos os 9 mil voltados para o lazer devem aumentar seu volume de funcionários.

Capacitação

Para o executivo, é possível que muitos temporários de outras áreas [como o varejo] tentem migrar para a hospedagem. “Terá mais chances quem conseguir se preparar. Ainda dá tempo”, explica. Além disso, ele afirma que na hotelaria os funcionários têm grandes chances de construir um plano de carreira, por isso, é possível que um colaborador regular suba cargo após a temporada, e deixe uma vaga que pode ser preenchida por um temporário.

A maioria das vagas abertas é na área operacional em cargos como: garçom, copeiro, auxiliar de cozinha, arrumadeiras, camareiras, manutenção e recreação – que deve crescer entre 6 e 7 vezes mais no período.

O diretor executivo da Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas (AHPG), Ulisses Ávila, concorda. “Uma das maiores dificuldades que temos é conseguir mão de obra qualificada, portanto, se os trabalhadores temporários mostrarem bom rendimento e interesse em qualificação terá uma vaga.”

A perspectiva é que o número de funcionários tenha alta de 5% em Porto de Galinhas, ante o volume obtido no resto do ano. “Não é um número tão alto, pois existe um efetivo grande e uma boa ocupação durante o ano.”

A vontade de ter capacitação é uma das características mais procuradas nos profissionais, segundo ele. “Damos prioridade aos moradores do município de Ipojuca (PE) e temos parceria com várias entidades de qualificação como Pronatec e Senac, mas faltam interessados. Por isso, sempre há vagas.

Segundo o diretor RH para o Brasil do Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, em Imbassaí (BA), Ailton Barbosa, em janeiro e fevereiro – quando a ocupação varia entre 80% e 90% – além dos 800 colaboradores são contratados, outras 50 pessoas serão incorporadas. “O resort, diferente da maioria, não tem alta temporada, já que registra média anual de ocupação em 70%. Por conta do da alta durante todo o ano, o quadro de colaboradores conta com 650 fixos e 150 terceirizados fixos”.

Já o diretor comercial do Paradise Golf & Convention, Ricardo Aly, afirma que o empreendimento deve aumentar o quadro em 15% devido ao aumento das vendas de lazer para o período. “Essa alta certamente reflete a migração do viajante brasileiro para o turismo interno. Desde o começo do aumento, registramos maiores ocupações”, completa.

Satisfação do serviço

A gerente de marketing e vendas do Hotel Villa Rossa, Patricia de Sá, explica que a contratação é majoritariamente na área de alimentos e bebidas, porque são áreas ligadas diretamente à satisfação dos clientes. Por isso, o hotel contrata um temporário a cada cinco hóspedes extras. “Isso quando a taxa de ocupação está acima de 70%, que é a média do resort”, diz.

A expectativa para este ano é que a demanda fique muito acima da temporada anterior devido a variação cambial. “Nessa mesma época em 2014, a ocupação para o Natal era 20% menor do que hoje, que já estamos com 40% da ocupação fechada”. No ano passado, a ocupação do local foi de 62%, na temporada 15/16 a perspectiva é de 80%.

A empresa ainda tem um programa onde os terceirizados são avaliados ao final do período de trabalho e são classificados em três níveis. “Quem se classifica no nível mais alto recebe maior remuneração e tem prioridade na seleção para contratação.”

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