O Portal Eventos ouviu 26 profissionais com larga experiência na indústria de eventos e turismo para saber o que aconteceu em 2016 e sua percepção do que vai acontecer nos próximos anos.
A valorização do ser humano em toda extensão de seu significado (Elsa Tsumori) é uma das premissas nos próximos anos e por isso temos dedicado bastante tempo em estudar os consumidores, esse estudo é fundamental (Gaetano Lops). Os eventos cada vez mais deixam de ser pensados e terem foco em quem está pagando e voltam-se completamente para a experiência que o participante terá no evento (Luigi Rotunno).
Pensar o evento como ferramenta no contexto de pensamento digital (Marcio Carvalho). O DigitalLive, por exemplo, traz informações especificas de cada indivíduo e assim entrega experiências completamente personalizadas (Fernando Guntovitch). O que permitirá também entender a razão exata que leva cada participante a um evento e fazer com que todas suas expectativas sejam atingidas (Rodrigo Cordeiro). Big Data, Realidade Virtual e a Internet das Coisas são outras ferramentas que já estão impactando os eventos. E o celular hoje é uma extensão de nosso corpo. Ele é orgânico (Mauricio Magalhães).
Tudo isso, no contexto do fazer mais, com menos (Elza Tsumori) uma vez que a crise econômica e política é real e o desafio está em ter resiliência perante os desafios decorrentes, buscando inovação e soluções que atendam às demandas (Toni Sando). Nesse contexto se faz necessário mais do que nunca evoluir o modelo de relacionamento entre clientes, agências e fornecedores para algo mais sustentável e maduro. Os princípios de valor da Ampro precisam ser absorvidos pela cadeia e aplicados (Wilson Ferreira Jr.), num ambiente de falta de mão de obra qualificada e aposentadoria de grandes profissionais (Júlio Urban).
Os grandes desafios para o Brasil nos próximos anos serão os mesmos de hoje: capacitação, inovação e valorização (Celio Ashcar Junior). Nosso desafio é sermos um destino competitivo em custos, segurança, gestão, eficiência profissional, enfim continuamente desafiar-nos para ser um destino relevante. (Chieko Aoki).
Para alcançar estes objetivos falta planejamento e organização (Roland Bonadona), afinal vejo muito claro em nossa indústria a falta de entrosamento dentro do próprio setor, refiro-me a falta de lideranças nacionais, que na realidade deveriam ser fruto de lideranças regionais com potencial de entendimento nacional (Sergio Pasqualin). Uma das principais preocupações dos pesquisados, a união do setor é muito diferente no discurso e na prática (Mauricio Cavichion), resultando que muitos de nossos problemas não são devidamente trabalhados pelos poderes públicos, impactando negativamente nossa atividade (Luigi Rotunno), o que piora devido ao desconhecimento de nossa importância, devido a falta de estatísticas confiáveis para demonstrá-la (Julio Urban).
A meu ver o maior problema da indústria é a incapacidade da cadeia produtiva entender seu potencial e a força que possuiria se estivesse em rede (Anita Pires). Problema que poderia ser sanado via unificação do imenso volume de entidades atuando de maneira sobreposta e as vezes descoordenada (Eduardo Sanovicz). Falta integração. Sem inteligência nas operações é impossível alcançar resultados tangíveis. Quem sai perdendo é a indústria de eventos (Fernando Guntovitch).
A pesquisa constatou que 2016 não foi um bom ano para a maioria dos entrevistados, tendo atingido o fundo do poço e daqui para frente todos irão reagir (Varínia de Moraes). Definitivamente entramos num novo ciclo que abrangerá não só o setor de Eventos e Turismo. Sabe-se que a economia ainda levará um tempo para se restabelecer, assim este é o momento para rever modelos de negócios e focar em resultados que incrementem a economia de toda cadeia produtiva (Toni Sando). Nesses momentos a criatividade aflora, subprodutos aparecem, novos sistemas, há uma reinvenção geral (Natasha de Castro Caiado). Mas a crença num 2017 mais benfazejo é mais generalizada. O momento é de crescimento, por qualquer ângulo que se avalie, a indústria de eventos continuará a crescer (Rodrigo Cordeiro). Saímos da ressaca de grandes eventos, com um legado positivo na compreensão dessas linguagens, mas que, de fato, não se materializou. Acredito que as perspectivas estarão junto com o compasso da economia e, especialmente, de clientes e destinos que entendam essa indústria como geradora de resultados exponenciais, nos seus objetivos e propostas de negócios (Maurício Magalhães).
Nosso mercado atua muito bem em crises, pois temos a capacidade de influenciar o shopper de forma única, criativa e é isso que devemos perseguir. Sem eventos, promoções ou ativações os clientes não vendem. Eles precisam de nossa expertise para ajuda-los a esvaziar seus estoques (Gaetano Lops).
Ouvindo uma parcela representativa do universo dos profissionais que fazem de Eventos & Turismo profissão de fé, o Portal Eventos busca observar o passado recente e suas lições e olhar para o futuro, com a esperança de dias melhores.
Integra da pesquisa O Estado da Indústria de Eventos e Turismo 2017 pode ser lida no Portal Eventos