NEGÓCIO DE MULHER – Iniciativa privada, poder público e terceiro setor se unem em projeto inédito voltado ao combate a violência de gênero e o empoderamento feminino

Quando falamos em violência doméstica e empoderamento feminino, nosso discurso não pode
ficar apenas na retória. Temos que encontrar saídas concretas para que mulheres que se
encontram nesse círculo, rompam a principal barreira: a dependência financeira.
As mulheres que sobrevivem a esse drama cotidiano precisam de um espaço de avivamento e
ressignificação de suas vidas, tendo uma nova razão para viver: elas mesmas!
Precisam mais que um apoio psicológico ou um curso profissionalizante, mesmo porque, a
maioria saiu de um círculo de desvalorização de suas potencialidades o que leva a um
comportamento inseguro, de pouca concentração e falta de segurança profissional.
A proposta desse projeto inovador da COLMEIA PROJETOS, é que além dos cursos e micro
créditos para começarem a empreender, essas mulheres encontrem um espaço onde possam
expor seu negócio, um laboratório embrionário para seus primeiros passos rumo à
independência financeira.
Assim surge o NEGÓCIO DE MULHER, um espaço físico que irá funcionar como uma
incubadora de mulheres em um ambiente que poderá ser replicado em várias cidades, com
uma espécie de franquia e terá a partir de 2024, seu projeto piloto encampado na cidade de
Campinas.
A franquia conta com três assuntos diferentes: gastronomia, com um café queira servir mini
refeições e lanches, produtos, onde serão comercializados os produtos produzidos nas oficinas
da incubadora e serviços, onde as incubadas poderão praticar atendimentos, como costura,
estética, aulas de reforço entre outros.
Na incubadora aprendem a produzir, gerenciar, divulgar e ter um apoio personalizado através
do programa REINICIE PLENA, que acolhe a mulher de forma integral tanto no aspecto
psicológico como emocional.
A proposta do projeto é um contrato de um ano com 80 mulheres, período em que terão
suporte técnico para alavancar seu negócio ou ter um emprego formal, e ao término de seu
contrato estejam preparadas para traçar seu caminho solo, saindo do círculo de dependência
de mulheres vítimas de violência doméstica.
Para aquelas que preferem assumir um emprego formal, o suporte fica por conta das oficinas
com os cursos direcionados para setores fortes como bares, restaurantes, hotelaria e
construção, mas também a segurança do direcionamento pelos nossos parceiros que são
associações que representam os setores.
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo – ABIH São Paulo é uma das
entidades mais antigas e atuantes do turismo nacional. Além de uma confiável fonte de dados
e informações setoriais para outras entidades e veículos de comunicação, é a voz de centenas
de empresários, e sua grandeza se reflete nas ações que realiza com impactos de
representatividade social.
O Campinas e Região Convention & Visitors Bureau está entre os parceiros do projeto com o
papel de encaminhar as profissionais formadas para vagas da região. A entidade, que tem
como principal objetivo fomentar o turismo, promover e divulgar o destino, reunir empresas e
fortalecer relações, considera a iniciativa do programa “importantíssima para a valorização e
maior integração das mulheres nos setores da hotelaria, bares e restaurantes” pontua
Vanderlei Costa, presidente da entidade.
Sediado em Campinas e com a participação efetiva do poder público municipal, o projeto
atende diversas diretrizes da ONU o que torna sua metodologia objeto de estudo e um case
internacional de ESG, uma vez que os parâmetros de desenvolvimento social e econômico em
toda a cadeia envolvida podem ser acompanhados.
A PROATIVIDADE DA ABIH-SP
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo – resulta em mais uma
conquista relevante para os associados. E ratifica o protagonismo crescente da hotelaria
paulista no âmbito de toda a cadeia setorial produtiva. Nessa direção, a entidade firmou
Acordo de Cooperação com a Colmeia Consultoria e Assessoria em Gestão de Projetos, para a
orientação de conteúdo e encaminhamento profissional das incubadas. Após a conclusão do
curso, as participantes terão certificação da ABIH, podendo ser encaminhadas para as
demandas de seus associados.
Cabe ressaltar que o referido instrumento de cooperação está baseado nos pilares dos
objetivos e desenvolvimento sustentável – ONU Brasil, para a definição das estratégias e
projetos. Quais sejam: Educação de qualidade; Igualdade de gênero; Emprego digno e
crescimento econômico.
A PARCERIA COM A PREFEITURA DE CAMPINAS
O desenvolvimento comunitário local não surge sozinho. Ele é fruto dos esforços de múltiplos
atores, que realizam ações ao longo de vários anos em determinada região, buscando a
solução de um ou mais problemas e apostando na construção de uma alternativa para o
desenvolvimento local e regional.
O poder público tem o papel de consolidar as políticas públicas, como também apoiar
programas e projetos encampados pelo setor privado e sociedade civil organizada.
A Prefeitura Municipal de Campinas apoia e pactua com o projeto através do envolvimento da
Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos no processo de
viabilização do Programa através da seleção das mulheres que farão parte do projeto.
Segundo a Secretária Van Moro, projetos como esse que envolvem a sociedade como um todo
são bem vindos, “ele é fruto dos esforços de múltiplos atores apostando na construção de uma
alternativa definitiva, para que famílias que estão envolvidas nessa triste estatística consigam
reescrever sua história” reflete a secretária.
A FUMEC – Fundação Municipal para Educação Comunitária tem como principal objetivo o
desenvolvimento de atividades educacionais relativas educação de jovens e adultos e
educação profissional e também apoia o projeto através do CEPROCAMP – Centro de Educação
Profissional de Campinas. Em suas 13 unidades: 6 próprias, 4 parceiras e 3 móveis, já oferece
32 cursos de qualificação e formação profissional. Nessas unidades poderão acolhidas diversas
atividades do PROGRAMA NEGÓCIO DE MULHER.
O TERCEIRO SETOR
As organizações de terceiro setor têm um papel importante na construção de projetos dessa
envergadura, são elas as ferramentas que fazem o eixo com o poder público, o poder privado e
as organizações internacionais, por meio de formalização de convênios e participação de
editais. O Programa conta com parcerias de peso nesse segmento.
SHD Sociedade Humana Despertar – Fundada em 2013 a SHD possui grande experiência no
atendimento de famílias de baixa renda e trabalho informal, crianças expostas às diversas
mazelas do entorno, adolescentes e jovens ociosos. Com projetos desenvolvidos em várias
cidades e nas mais diversas frentes, a SHD já foi agraciada com inúmeros prêmios e, em
especial, entre 2020 e 2023, com os Selos: “DOAR: Gestão e Transparência”, “VOA AMBEV:
Gestão e Confiança” e Selo “Phomenta: Transparência e Gestão”.
Segundo Terezinha Ongaro Monteiro de Barros, presidente da SHD, “o Programa é uma
iniciativa muito importante por dar às mulheres a possibilidade de autonomia profissional,
emocional e essa parceria vem de encontro com o DNA da SHD, que preza pelo fortalecimento
familiar.”
Propositiva Inovação Social – Constituída em 2013, a Propositiva atua na assessoria a outras
organizações e no desenvolvimento de projetos, focando a viabilização financeiramente
sustentável de longo prazo, por meio da articulação e trabalho em rede com organizações do
terceiro setor, de iniciativa privada e o poder público, utilizando-se de diversos instrumentos
de financiamento e de renúncia fiscal, assim como da adequação às exigências internacionais
do ESG, com especial atenção à formação para o trabalho justo e inclusivo. Aline Ciolfi,
presidente da OSCIP, ressaltou que essas parcerias promovem condições de financiamento de
cidadania ativa e deliberativa. “É por meio do terceiro setor que muitas vezes a população
mais carente descobre que têm possibilidade de transformar o cenário da realidade em que
vive, nem sempre justo e promissor, de forma direta e concreta, sem depender
exclusivamente do Estado”, reforça Ciolfi.
CUFA – Central Única das Favelas – É uma organização brasileira reconhecida nacional e
internacionalmente nos âmbitos político, social, esportivo e cultural, com uma trajetória de 20
anos tem entre seus principais projetos, a Taça das Favelas, maior campeonato de futebol
entre favelas do mundo, o Top CUFA e a Taça das Favelas de Free Fire. A CUFA também é
parceira social da Expo Favela Innovation, maior feira de negócios de favela do mundo,
organizada pela Favela Holding. Atuando dentro das comunidades de Campinas, a CUFA
alcança as mulheres que não podem acionar o poder público para defender-se sem aumentar
a periculosidade de sua situação.
SOBRE A COLMEIA PROJETOS
A COLMEIA PROJETOS tem como objetivo formular e executar projetos voltados à políticas
públicas isoladamente ou em conjunto com municípios, assim como orientar a utilização de
recursos públicos disponíveis e de pouco acesso, atuando em todo tipo de atividade através de
convênios, contratos e/ou termos de parcerias para executar consultorias e assessorias.
Atua na gestão administrativa dos convênios e contratos firmados, com recursos públicos e
privados e procura conduzir projetos de maneira integrada, fornecendo todo suporte e
estrutura técnica, necessários para o desenvolvimento de cada iniciativa.
Segundo Cibele Hatoum, coordenadora de estratégias da COLMEIA PROJETOS e idealizadora
do programa, o NEGÓCIO DE MULHER se propõe a ser muito mais que um espaço físico,
pretende estabelecer uma identidade acolhedora presente em diversos municípios, como um
centro de referência para o empoderamento financeiro e pessoal de mulheres em
vulnerabilidade. A proposta segundo Hatoum, é que após sair da incubação, aquelas que
estiverem aptas, tornem-se gestoras das franquias, tendo todo o apoio de marketing e gestão,
além dos produtos que serão produzidos na sede de Campinas para revenda.
“Ao dar poder financeiro para um público que o mercado considera inerte, o NEGOCIO DE
MULHER, ajuda a girar a economia local, ao mesmo tempo dá voz e espaço a um tema de
enorme importância e que deve ser protagonista de políticas públicas efetivas” concluiu

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